RESOLUCAO N. 002025
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Altera e consolida as normas relativas
à abertura, manutenção e movimentação
de contas de depósitos.
O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9º da Lei
nº 4.595, de 31.12.64, torna público que o CONSELHO MONETÁRIO NACIO-
NAL, em sessão realizada em 24.11.93, tendo em vista o disposto no
art. 4º, inciso VIII, da citada Lei, e no art. 64 da Lei nº 8.383, de
30.12.91,
R E S O L V E U:
Art. 1º Para abertura de conta de depósitos é obri-
gatória a completa identificação do depositante, mediante preenchi-
mento de ficha-proposta contendo, no mínimo, as seguintes informa-
ções:
I - qualificação do depositante:
a) pessoas físicas:
1. nome completo;
2. filiação;
3. nacionalidade;
4. data e local do nascimento;
5. sexo;
6. estado civil;
7. nome do cônjuge, se casado;
8. profissão;
9. documento de identificação (tipo, número, data de
emissão e órgão expedidor);
10. número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
(CPF);
b) pessoas jurídicas:
1. razão social;
2. atividade principal;
3. forma e data de constituição;
4. documentos, contendo as informações referidas na
alínea anterior, que qualifiquem e autorizem os re-
presentantes, mandatários ou prepostos a movimentar
a conta;
5. número de inscrição no Cadastro Geral de Contri-
buintes (CGC);
II - endereço completo, contendo:
a) logradouro;
b) bairro;
c) código de endereçamento postal (CEP);
d) cidade;
e) unidade da federação;
III - número do telefone e código DDD;
IV - fontes de referência consultadas;
V - data da abertura da conta e respectivo número;
VI - assinatura do depositante.
Parágrafo 1º Se a conta de depósitos for titulada
por menor ou por pessoa incapaz, além de sua qualificação, também de-
verá ser identificado o responsável que o assistir ou o representar.
Parágrafo 2º Nos casos de isenção de CPF e de CGC
previstos na legislação vigente, deverá este fato ser registrado no
campo da ficha-proposta destinado a essas informações.
Art. 2º A ficha-proposta relativa a conta de depósi-
tos à vista deverá conter, ainda, cláusulas tratando, entre outros,
dos seguintes assuntos:
I - saldo médio mínimo exigido para manutenção da
conta;
II - condições estipuladas para fornecimento de talo-
nário de cheques;
III - cobrança de tarifa, expressamente definida, por
conta inativa;
IV - comunicação pelo depositante, por escrito, de
qualquer mudança de endereço ou número de telefone;
V - inclusão do nome do depositante no Cadastro de
Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), nos termos da regulamentação
vigente, no caso de emissão de cheque sem fundos, com a devolução dos
cheques em poder do depositante à instituição;
VI - informação de que os cheques liquidados, micro-
filmados e não procurados em um prazo de 60 (sessenta) dias poderão
ser destruídos.
Parágrafo único. Considera-se conta inativa, para os
fins previstos no inciso III deste artigo, a conta não movimentada
por mais de 6 (seis) meses.
Art. 3º As informações constantes da ficha-proposta,
bem como todos os elementos de identificação, deverão ser conferidos
à vista da documentação competente.
Parágrafo 1º Toda ficha-proposta deverá:
I - indicar o nome do funcionário encarregado da
abertura da conta e o do gerente responsável pela verificação e con-
ferência dos documentos apresentados pelo proponente;
II - conter declaração, firmada pelo gerente referido
no inciso anterior, nos seguintes termos:
"Responsabilizo-me pela exatidão das informações prestadas, à
vista dos originais do documento de identidade, do CPF/CGC, e
outros comprobatórios dos demais elementos de informação apre-
sentados, sob pena de aplicação do disposto no art. 64 da Lei nº
8.383, de 30.12.91."
Parágrafo 2º A instituição financeira deverá manter
arquivados, junto à ficha-proposta de abertura da conta, cópias legí-
veis e em bom estado da documentação referida neste artigo.
Art. 4º As fichas-proposta, bem como as cópias da do-
cumentação referida no artigo anterior, poderão ser microfilmadas,
decorrido o prazo mínimo de 5 (cinco) anos, observada a regulamenta-
ção vigente.
Art. 5º É proibida a abertura de conta sob nome
abreviado ou de qualquer forma alterado, inclusive mediante supressão
de parte ou partes do nome do depositante.
Art. 6º É vedado o fornecimento de talonário de che-
ques ao depositante enquanto não verificadas as informações constan-
tes da ficha-proposta ou quando, a qualquer tempo, forem constatadas
irregularidades nos dados de identificação do depositante ou de seu
procurador.
Art. 7º O talonário de cheques somente poderá ser
entregue mediante recibo datado e assinado pelo depositante ou porta-
dor expressamente autorizado, o qual deverá ser identificado no ato
da entrega.
Parágrafo único. Caso seja suspenso o fornecimento de
talonário de cheques, a instituição financeira deverá adotar provi-
dências imediatas com vistas a retomar os cheques em poder do deposi-
tante.
Art. 8º Quando, por qualquer motivo, o titular esti-
ver impedido de receber talonário de cheques, a conta de depósitos à
vista somente poderá ser movimentada por meio de cheque avulso, nomi-
nativo ao próprio emitente, por recibo ou por meios eletrônicos de
pagamento.
Parágrafo único. A movimentação de conta referida
neste artigo será efetuada sem ônus para o depositante.
Art. 9º É vedada a estipulação de cláusulas na fi-
cha-proposta que, em qualquer hipótese, impeçam ou criem limitações à
sustação de pagamento de cheques.
Parágrafo único. A proibição contida neste artigo não
impede a cobrança de tarifa, desde que expressamente prevista na fi-
cha-proposta.
Art. 10. É facultada à instituição financeira a aber-
tura, manutenção ou encerramento de conta de depósitos à vista cujo
titular figure ou tenha figurado no Cadastro de Emitentes de Cheques
sem Fundos (CCF).
Parágrafo único. É proibido o fornecimento de taloná-
rio de cheques ao depositante enquanto figurar no CCF.
Art. 11. A instituição financeira deve manter cartão
com autógrafos atualizados do depositante, podendo a ficha-proposta
de conta de depósitos à vista servir para este fim.
Art. 12. Ao encerrar conta de depósitos à vista, a
instituição financeira deve:
I - expedir aviso ao titular, solicitando a retirada
ou a regularização do saldo e a restituição dos cheques acaso em seu
poder;
II - anotar a ocorrência na ficha-proposta do deposi-
tante.
Art. 13. A instituição financeira deverá encerrar
conta de depósito em relação à qual verificar irregularidades nas in-
formações prestadas, julgadas de natureza grave, comunicando o fato,
de imediato, ao Banco Central do Brasil.
Art. 14. As disposições desta Resolução se aplicam a
contas de depósitos existentes, inclusive a contas de depósito de que
trata a Carta-Circular nº 5, de 27.02.69, no que couber, devendo a
ficha-proposta conter a qualificação e identificação do responsável,
no País, pela movimentação da conta, quando for o caso.
Parágrafo único. Os cadastros relativos às contas re-
feridas neste artigo deverão ser objeto de verificação e atualização
até 30.06.94.
Art. 15. As instituições financeiras deverão desig-
nar, expressamente, um diretor que deverá zelar pelo cumprimento das
normas de abertura, manutenção e movimentação das contas de que tra-
ta esta Resolução.
Parágrafo único. O nome do diretor designado nos ter-
mos deste artigo deverá ser informado ao Banco Central do Brasil, no
prazo máximo de 30 (trinta) dias da data de publicação desta Resolu-
ção.
Art. 16. A inobservância do disposto nesta Resolução,
no que se refere à abertura, manutenção, movimentação e verificação
das contas mencionadas neste normativo, será considerada falta grave
para os fins previstos no art. 44 da Lei nº 4.595, de 31.12.64, sem
prejuízo das demais sanções cabíveis.
Art. 17. O Banco Central do Brasil poderá baixar as
normas e adotar as medidas necessárias à execução do disposto nesta
Resolução.
Art. 18. Esta Resolução entra em vigor em 1º.01.94,
quando ficarão revogados os arts. 1º a 5º, inclusive, do Regulamento
anexo à Resolução nº 1.631, de 24.08.89, com a redação que lhes foi
dada pela Resolução nº 1.682, de 31.01.90, os itens 1 a 12, inclusi-
ve, da Circular nº 1.528, de 24.08.89, a Circular nº 1.586, de
02.03.90, o art. 2º da Circular nº 1.591, de 09.03.90, e a Circular
nº 2.262, de 06.01.93.
Brasília, 24 de novembro de 1993
Pedro Sampaio Malan
Presidente